Datacenters, ou Centros de Processamento de Dados, são ambientes projetados para centralizar equipamentos de processamento e armazenamento de dados, servidores e outros sistemas computacionais.
Os datacenters necessitam de uma estrutura completa, que conte com sistemas de proteção física, segurança, energia e aquecimento/resfriamento, por exemplo.
A ideia: datacenter submerso
Os datacenters geram grande quantidade de calor e o custo de sistemas de resfriamento são muitos altos, além de impactarem diretamente na natureza.
O aumento da demanda de datacenters devido ao serviço de armazenamento em nuvem tem como consequência o aumento de consumo de energia para o resfriamento. Foi aí que surgiu a ideia de um datacenter submerso.
A ideia por trás da empreitada é testar uma forma de resfriar o sistema que fosse mais limpa e com menos custos.
Foi por isso que, em maio de 2018, a Microsoft colocou um datacenter no fundo do mar, ao norte da Escócia.
Assim nasceu o Projeto Natick.
Projeto Natick: datacenter submerso
O projeto consistia em mergulhar um cilindro com 855 servidores no fundo do mar e avaliar a eficiência energética da solução, assim como o qualidade do serviço.
A hipótese é de que o custo do resfriamento dos computadores é menor quando estão debaixo d’água e que a solução, aliada com a geração de energia por via solar e eólica, é capaz de reduzir custos e impactos ao meio ambiente.
O projeto também pretende avaliar se os clusters de pequenos datacenters submersos para uso de curto prazo poderiam ser uma proposta comercial.
O resultado
Agora, 2 anos depois, a Microsoft retirou seu datacenter submerso e os resultados foram surpreendentes!
A retirado do cilindro demorou um dia e a estrutura submergiu intacta, apenas com camadas de algas e cracas.
Internamente, a estrutura ainda funciona mas está passando por análises mais detalhadas pelos pesquisadores.
Confira alguns pontos interessantes do projeto do datacenter submerso:
- O cilindro submerso teve uma taxa de falha menor do que um centro de dados convencional;
- Apenas oito dos 855 servidores a bordo falharam. Isso equivale a um oitavo da taxa de falhas em sistemas em terra;
- O desempenho pode estar ligado ao fato de que não havia humanos a bordo e que o cilindro foi bombeado com nitrogênio, em vez de oxigênio. Isso se deve porque a atmosfera de nitrogênio é fria e reduz a corrosão e o fato de não haver pessoas mexendo e percorrendo a área também pode minimizar esse efeito;
- Toda a eletricidade vem de energia eólica e solar e não houve problemas em manter o centro de dados subaquático alimentado com energia;
- Os datacenters submersos podem ser uma opção para desastres naturais ou um ataques terroristas, uma vez que o sistema é mais flexível e não necessita da construção de infraestruturas robustas.
Referências: