Uma pesquisa datada de 2006 e publicada na revista Science avaliou fogos florestais nos Estados Unidos entre 1970 e 2003. A grande constatação foi de que a ocorrência dessa tipologia de evento teve um salto repentino no meio dos anos 80, apresentando não só maior frequência, mas também duração de eventos maiores e criando uma “temporada de fogos” ainda maior.
As observações históricas de incêndios florestais mostram que os fogos passaram de uma duração média de 1 semana para 5 semanas.
A causa dos incêndios florestais foi marcada por uma ocorrência de primaveras e verões incomumente quentes, estações secas mais longas e vegetação mais seca. A precipitação reduzida no inverno e um derretimento de neve mais cedo na primavera também foram fatores determinantes.
Definição de Incêndios Florestais
De acordo com o EM-DAT, os incêndios florestais são “qualquer combustão ou queima de plantas não descontrolada e não programada em um ambiente natural, como florestas, tundras ou pastagens, que consome combustíveis naturais e se espalha de acordo com as condições do ambiente (vento, topografia…).”
Causas de Incêndios Florestais
Fogos espontâneos são fenômenos extremamente raros. Para o fogo ter início é preciso de algo que provoque uma fagulha inicial.
Se as condições forem propícias, ou seja, houver algum tipo de combustível para alimentar as chamas, como madeira e folhagens secas, essa fagulha pode se transformar em um incêndio.
Se a umidade relativa do ar for baixa (em geral, menos de 20%) e houver ventos, esse fogo pode durar mais tempo e se espalhar ainda mais.
Centenas de anos atrás, os fogos florestais eram uma atividade natural, geralmente causados por algum fenômeno raro. Atualmente, as interações humanas com o meio ambiente colaboram com a ocorrência desses fenômenos.
Podemos dividir as causas de incêndios florestais, que geram aquela fagulha inicial que comentamos antes, como naturais e humanas:
Naturais
São eventos incomuns e ocorrem, em geral, em locais bem específicos. Por conta disso, são responsáveis por uma quantidade muito baixa de eventos.
As causas de incêndios florestais naturais podem ser:
- Raios – a causa natural mais comum;
- Atividades vulcânicas;
- Terremotos;
- Colisão de duas rochas silicosas, produzindo faíscas;
- Combustão espontânea de vegetação seca.
Em geral, incêndios iniciados por raios atingindo vegetações secas tendem a causar mais mais destruição do que os causados pelo homem, uma vez que esses primeiros ocorrem geralmente em terrenos de difícil acesso e em que há complicações para levar o equipamento e pessoal necessário para apagar o fogo a tempo.
Com o avanço da tecnologia, fogos deflagrados por causas naturais podem ser previstos através de modelos. Dessa maneira, a gestão pública pode criar zonas de amortecimento e gerenciar o incêndio.
Humanas
Como os demais desastres, os incêndios florestais também ocorrem pela imprudência, descaso ou falta de conhecimento do ser humano. As causas humanas de incêndios florestais aproximam-se de 90% dos casos.
- Bitucas de cigarro acesas descartadas em áreas com vegetação seca – mais comum;
- Rituais e tradições de comunidades e tribos locais;
- Fogos intencionais – como retaliação a algum movimento, construção ou restrição;
- Fogos intencionais – queimadas, limpeza de terreno para agricultura ou outras atividades;
- Fogos intencionais – durante caçadas para encurralar animais;
- Fogo controlado que não é bem administrado;
- Fogos de artifício;
- Velas e outros aparatos para afastar mosquitos;
- Equipamentos para extração de madeira – vazamento de produtos feitos de petróleo;
- Equipamentos de caça – balas que atingem vegetações secas;
Fogueiras de acampamento – não monitoradas ou apagadas propriamente; - Falhas elétricas de edificações ou fábricas próximas a florestas.
Como comparação entre as causas de incêndios florestais naturais e humanas, National Interagency Fire Center (NIFC) afirma que, em 2017, raios foram a causa de quase 8.000 incêndios florestais que queimaram 2,1 milhões de hectares nos Estados Unidos.
Em contrapartida, 63.546 foram causados por atividades humanas, atingindo 1,9 milhões de hectares.
Como evitar as causas de Incêndios Florestais?
A prevenção é sempre a melhor opção. Uma pequena faísca pode passar despercebida por horas antes de se tornar um incêndio de grandes proporções. É muito importante que as autoridades locais tomem precauções para evitar esses casos.
Algumas ideias que podem prevenir as causas de incêndios florestais são:
- Educação e conscientização da população quanto às principais causas que podem gerar as faíscas iniciais e a tomar maiores precauções durante épocas de seca;
- Sistemas de detecção de fogo e vigilância nas florestas;
- Patrulhas pelo departamento florestal responsável;
- Processo rigoroso para permissão do uso de florestas para atividades humanas e fogos de artifício;
- Vigilância constante de fogueiras;
- Ter água ou equipamento que apague fogo próximo quando for realizada alguma atividade que envolva fogo;
- Fogo controlado – treino de operacionais, redução da carga combustível da vegetação e criação de zonas de amortecimento em locais estratégicos.
Danos ao Meio Ambiente
Incêndios florestais podem alterar ou perturbar os ciclos naturais das florestas. Com isso, algumas espécies podem desaparecer ou plantas invasoras proliferarem, por exemplo.
Os incêndios florestais aumentam os níveis de dióxido de carbono na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa e as mudanças climáticas. Além disso, as cinzas destroem grande parte dos nutrientes e desgastam o solo, causando inundações e deslizamentos de terra.
O uso de produtos químicos no combate a incêndios também é um problema. De acordo com um estudo do Conselho Supremo de Pesquisas Científicas (CSIC), produtos químicos contidos em “retardadores de chama” usados para extinguir incêndios se acumulam no solo por anos. Os componentes químicos dos retardadores podem alterar a fertilidade do solo e afetar a composição da vegetação.