O uso de inteligência artificial está cada vez mais difundido no nosso dia a dia, mesmo que nem percebamos, e o impacto da inteligência artificial no trabalho é cada vez maior.
A propaganda que aparece na sua rede social, classificação de e-mails como spam, a forma que você visualiza um site, chats automatizados, acessórios como a Alexa, detecção de fraudes de compras, reconhecimento facial para desbloquear seu smartphone, aplicativos de transporte e viagem, personalização de conteúdo, recomendações de vídeos e filmes, promoções que você recebe por e-mail, estoques em lojas, a forma como uma empresa se comunica com você… E esses são apenas alguns exemplos!
Afinal, qual é o impacto da inteligência Artificial no Trabalho?
Rhonda Scharf, autora do livro “Alexa is Stealing your Job” defende que os robôs não vão tirar nossos empregos, mas nos dar uma promoção.
Ela diz que o impacto da inteligência artificial no trabalho criará 3 novos postos de emprego que trabalharão junto com a tecnologia. São eles:
- Treinadores: são responsáveis por ensinar às máquinas as noções básicas do ela deverá fazer. Por exemplo, quais são as tarefas e qual o sinal que ela deve receber para iniciar a tarefa. Com essa informação, a máquina pode continuar a aprender sozinha.
- Explicadores: semelhante ao trabalho de um advogado, os explicadores são especialistas que explicam o comportamento da inteligência. Eles explicam por que a máquina fez o que fez.
- Sustentadores: garantem o funcionamento correto, seguro, responsável e ético das inteligências.
Inteligência Artificial no Trabalho
Um grande impacto da Inteligência Artificial no trabalho é agilizar e facilitar atividades mais manuais, de pesquisa e de agregação de informações.
De acordo com o autor Tiago Forte (Building a Second Brain, 2022), o valor do “capital físico”, ou seja, de terras, máquinas e construções, nos Estados Unidos é de aproximadamente US$10 trilhões. Já o valor de “capital humano”, ou as nossas experiências, relações, senso comum, intuição e habilidades, é estimado a valer de 5 a 10 vezes mais.
Sendo assim, o ser humano e suas capacidades ainda representam um valor extremamente alto. E onde a Inteligência Artificial pode entrar para nos ajudar a potencializar o capital humano?
Ainda no livro de Fortes, o autor descreve duas estatísticas importantes. Em 2009, uma matéria do New York Times mostrou que o consumo médio de informação que uma pessoa tem diariamente pode chegar a 34 gigabytes. Ainda, um outro estudo de 2014 concluiu que consumismos o equivalente a 174 jornais inteiros todos os dias!
Quando juntamos esses dados e ainda acrescentamos que passamos 26% de um dia de trabalho buscando e consolidado informações, não resta dúvida de que gastamos muito tempo e energia consumindo insumos, resultando em uma disponibilidade menor para fazermos o que realmente somos bons – criar, intuir, inventar, colaborar com outros e, até mesmo, descansar.
A Inteligência Artificial é capaz de ajudar em muitas dessas tarefas de consolidação de dados, gestão da informação, organização, descoberta de padrões, e muito mais, permitindo que usemos nosso tempo e disposição no que realmente gera valor.
Os “trabalhadores do conhecimento” tem muito a ganhar alinhando suas experiências, percepções e sensibilidade com a Inteligência Artificial no trabalho.
De fato, isso já está sendo feito! Leia sobre o uso de Inteligência Artificial na Medicina e no Esporte.
O que a máquina não conseguirá fazer
O mundo em que vivemos muda constantemente. O que ontem gerava lucro, hoje pode não ser mais uma opção interessante. O que ontem estava na moda, hoje pode não atrair clientes.
A inteligência artificial leva tempo para aprender e precisa receber um considerável número de informações (inputs) para aprender algo novo. Mudanças constantes não são bem recebidas pelas inteligências, que trabalham com padrões.
4 vezes em que inteligência artificial precisou de uma ajudinha humana
Por trabalhar com padrões, a máquina sozinha também tem dificuldade em interpretar exceções e casos especiais, necessitando da supervisão humana.
A máquina também não tem os seus anos de estudo em algum campo específico, como na medicina. Neste caso, o impacto da inteligência artificial no trabalho é que a máquina ajuda a processar uma maior quantidade de informações para comparar o histórico do paciente com a base de dados de alguma doença, servindo de apoio para a tomada de decisão em tratamentos.
Inteligência Combinada: IA + Ser Humano
Segundo o Fórum Econômico Mundial, as 10 principais habilidades sob demanda para 2020 incluem solução complexa de problemas, pensamento crítico, criatividade, inteligência emocional, julgamento e tomada de decisão e flexibilidade cognitiva.
Essas são habilidades que valorizam decisões rápidas, que acompanhem mudanças bruscas no cenário e interpretação correta das necessidades. Em outras palavras, o que a máquina não é capaz de fazer bem.
Dominar essas capacidades agrega valor ao seu trabalho.
O impacto da inteligência artificial no trabalho lidará mais com o processamento extensivo de dados e tarefas básicas ou administrativas, nos deixando com maior tempo livre para fomentar processos criativos e desenvolver pensamentos críticos e complexos para desenvolver serviços e atividades.
O que as pesquisas dizem sobre o impacto da Inteligência Artificial no trabalho
No Fórum Econômico Mundial foi lançado o relatório “Jobs of Tomorrow: Mapping Opportunity in the New Economy”. Os autores afirmam que o impacto inteligência artificial no trabalho geraria 6,1 milhões de empregos até 2020.
Um estudo da IBM de 2019 concluiu que, nas 12 principais economias do mundo, 120 milhões de pessoas precisarão se recapacitar para o mercado profissional nos próximos 3 anos (já estamos nesse período!).
Só no Brasil, serão 7,2 milhões de pessoas terão que treinar habilidades relacionadas ao uso de inteligência artificial.
Outro ponto interessante é que a maior parte dos 5670 executivos entrevistados não via ações em suas empresas ou em seus países visando a recapacitação da força trabalhadora para as novas habilidades necessárias.
A previsão é de que a partir de 2022, o impacto da inteligência artificial no trabalho fará com que 1 em cada 5 trabalhadores tenha em suas rotinas tarefas que contam com o apoio de inteligência artificial (Gartner).
E isso é um problemão! A pesquisa também diz que a “meia-vida” de uma habilidade, ou seja, o tempo que leva para determinada competência ser considerada desatualizada e ter metade do valor que tinha antes, é de apenas 5 anos! Estar em constante aprendizado é mais um impacto da inteligência artificial no trabalho.
E quer mais? Antes, levava cerca de 4 dias para se treinar um novo funcionário a uma função. Agora, esse número subiu para 36 dias.