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Dados sobre desastres naturais no Brasil

Antes de começar, alguns dados de interesse para entender sobre desastres naturais no Brasil:

O Brasil localiza-se na porção sul do continente Americano e conta com 27 Unidades Federativas divididas em 5 regiões, cada uma com características próprias e distintas quanto ao clima, vegetação, geologia e outros aspectos.

Em 2016, o País apresentava 207,7 milhões de habitantes espalhados em uma área de aproximadamente 8,5 milhões de quilômetros quadrados, resultando em uma densidade populacional de 28,4 habitantes por quilômetro quadrado.

Entre 2000 e 2010 a taxa de crescimento populacional foi de 12,33% e entre 2016 e 2017 foi de 0,77% e a população urbana ultrapassa 84%.

Dados sobre desastres naturais: Brasil entre os mais afetados por desastres naturais

Em 2003, um estudo divulgado pela Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelhou indicou que o Brasil é o país americano mais afetado por desastres, resultado motivado por dois grandes fatores:

  • Grande extensão territorial
  • Falta de estrutura para a prevenção de riscos.

Como resultado, entre 1993 e 2002 mais de 12 milhões de pessoas foram afetadas e mais de 2000 morreram. (BBC, 2003).

De acordo com a Revisão Estatística de Desastres Anual do EM-DAT (2010), em 2009, os dados sobre desastres naturais no Brasil indicam que o país esteve em 6º lugar entre os países do mundo em número de eventos de desastres reportados, acumulando um total de 1,9 milhões de vítimas.

10 países com mais eventos reportados em 2009 – EM-DAT (2010)




Aumento dados sobre desastres naturais no Brasil

De acordo com o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais (CEPED, 2013), o qual analisa registros de ocorrências oficias brasileiros a partir de 1991 até 2012, o aumento de registros é facilmente notado analisando o percentual de registros de cada década.

De um total de 38.996 registros, a década de 90 apresenta 22% deles, enquanto a década de 2000 corresponde a 56% do total de registros de ocorrências e os anos de 2010 a 2012 exibem os 22% restantes.

Ainda de acordo com o Atlas, é preciso ressaltar que isso não significa que os desastres aumentaram em 78% nos últimos anos, visto que o registro de ocorrências da Defesa Civil apresenta-se fragilizado historicamente, mas deve-se atentar ao potencial de aumento de número de dados sobre desastres naturais no Brasil, de modo a fortalecer o sistema de registros, visando maior fidelidade de dados.

De acordo com os dados sobre desastres naturais no Brasil, a tipologia de desastre que teve maior aumento entre as décadas de 90 e 2000 foram os movimentos de massa, os quais apresentam um aumento de 21,7 vezes entre 1990 e 2000, diferindo da média geral, que exibe um aumento de 6 vezes.

Frequência anual de desastres no Brasil - CEPED 2013)
Frequência anual de desastres no Brasil – CEPED 2013)
Aumento do registro de ocorrências entre as décadas de 1990 e 2000 - CEPED, 2013
Aumento do registro de ocorrências entre as décadas de 1990 e 2000 – CEPED, 2013

Danos humanos

Quanto aos danos humanos, como quantidade de mortes, em primeiro lugar estão as enxurradas, com 58,15%. Os movimentos de massa são o segundo tipo de evento que mais causou mortes, totalizando 15,60% do total.

Mortos por tipologia de desastre - CEPED, 2013
Mortos por tipologia de desastre – CEPED, 2013

Comparando os dados sobre desastres naturais no Brasil entre as regiões, as regiões Sul e Sudeste apresentam maior número de mortos por milhão de habitantes, 28,5 e 16,9 mortos, respectivamente. Esses valores são muito mais altos que para as outras regiões.




Para justificar esse comportamento, pode-se analisar a densidade demográfica das regiões, de modo que é visível a tendência que, quanto maior a densidade demográfica, maior o número de mortos.

Relação entre mortos por desastres naturais e densidade demográfica das regiões brasileiras - CEPED, 2013
Relação entre mortos por desastres naturais e densidade demográfica das regiões brasileiras – CEPED, 2013

Além disso, os dados sobre desastres naturais no Brasil mostra que a relação entre danos humanos/número de eventos para movimentos de massa é expressiva, de aproximadamente 8.000 pessoas, seguida pelo valor de 4.944 pessoas para eventos de erosão.

Levando em conta os fatos citados e que a quantidade de eventos de movimentos de massa equivale a 2% do total dos eventos, é possível notar como a intensidade desse tipo de fenômeno pode causar grande destruição e impactar radicalmente a vida da população (CEPED, 2013).

Clima e desastres no Brasil

Marcelino (1998) destaca que, no Brasil, mais de 80% das ocorrências são as relativas às instabilidades atmosféricas, como enchentes, tornados e escorregamentos.

Em primeiro lugar, com 59% dos registros de ocorrências, estão as inundações graduais e bruscas; seguidas dos escorregamentos. Marcelino (2008), citando o 4º Relatório do IPCC (IPCC, 2007), explica que, no Brasil, os desastres de origem atmosférica apresentam a tendência de continuar aumentando, uma vez que deve haver um aumento na ocorrência de tempestades e precipitações intensas no Sul e Sudeste e de secas no Nordeste, Norte e Centro-Oeste.

As regiões mais afetadas por desastres naturais no Brasil

De acordo com os dados sobre desastres naturais no Brasil, as regiões Sul e Sudeste apresentam 60% dos casos de desastres naturais. Os estados brasileiros mais afetados são Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba, sendo que os movimentos de massa apresentam-se como o tipo de evento responsável pelo maior número de vítimas fatais e altos prejuízos materiais.

As inundações e descargas elétricas aparecem como segunda e terceira maior causa de mortes, respectivamente.

De 2008 a 2011, aproximadamente 2500 pessoas morreram devido a movimentos de massa, um total de 60% das vítimas fatais do período.




Anteriormente, entre 1988 e 2008, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas informa que houve mais de 1.860 mortes por movimentos de massa no Brasil

Referências: TOMINAGA et al., 2009; ECOAGÊNCIA, 2011; MARCELINO, 1998; BBC, 2003; CEPED, 2013

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