Aprendemos sobre as estações do ano desde pequenos. Como o verão é quente e o inverno, frio. Como na primavera as flores tomam conta do cenário e que no outono “é sempre igual, as folhas caem no quintal”.
A verdade é que as estações não mudam apenas a paisagem e marcam mudanças de temperatura. Elas influenciam no nosso modo de consumo, na agricultura, na moda, no turismo e em todo o nosso dia a dia.
Mais que isso, a complexa interação entre elementos e sistemas naturais e humanos é afetado diretamente pelos efeitos das mudanças de estações. São reflexos nos rios, chuva, neve, vida selvagem, migrações de espécies, represas, polinização… Tudo segue uma ordem natural e acontece no momento preciso, pautado pela mudanças das estações.
Dados mostram os efeitos da Primavera Antecipada
O que estudos e pesquisas estão evidenciando é que, no hemisfério norte, a primavera tem chegado, em média, 10 dias antes do dia em que costumava chegar nos anos 50.
Outras evidências encontradas mostram que esse adiantamento da primavera pode ser percebido na data da primeira floração de plantas e na data do último congelamento, ambas acontecendo mais cedo do que em décadas passadas.
O que os dados mostram sobre a Primavera Antecipada
Os dados mostram que os efeitos da primavera antecipada podem abalar diretamente o funcionamento dos sistemas naturais e humanos. Sendo assim, quando a primavera começa mais cedo:
- A neve derrete mais cedo
- Os reservatórios de barragens enchem mais cedo e precisam ser esvaziados (controle de enchente)
- Vegetação seca mais cedo
- Temperaturas aumentam
- Solos ficam mais secos
E isso pode trazer o conhecido “efeito dominó”, onde um desses fatores desencadeia novos problemas.
Efeito Dominó
Vamos a alguns exemplos que o efeito dominó, notado baseados em análises de dados e mostram os efeitos da primavera antecipada:
- Solos e vegetação ficam secos mais rapidamente com o aumento da temperatura. Quando o verão se aproxima, aumentando ainda mais a temperatura e deixando regiões ainda mais secas e com menor umidade relativa no ar, a região fica mais propensa a incêndios. Incêndios Florestais estão se tornando cada vez mais comuns por causa das condições climáticas.
- Os fogos em florestas, por sua vez, força espécies a migrarem de seus habitats devastados e estas tem dificuldade de encontrar um novo lar devido às ações antrópicas na natureza. Além disso, a flora também sofre com a perda de espécies valiosas.
- Ainda, os incêndios causam o “feedback” de carbono. Isso é, a queima da vegetação libera carbono diretamente na atmosfera. O dióxido de carbono até é absorvido por pequenas plantas e mudas de árvores que crescem após o fogo, mas apenas compensam gradualmente a imensa perda de árvores queimadas que armazenaram carbono por décadas ou séculos. Incêndios florestais também afetam a poluição do ar, destroem paisagens icônicas e atrapalham o escoamento de água.
- Em locais onde há formação de neve, esta derrete mais cedo e mais rapidamente. Essa água pode ir para reservatórios e barragens, com objetivo de abastecer cidades durante estações mais secas. Quando a água derrete antes e mais rapidamente, esses reservatórios tem que ser esvaziados para evitar enchentes, visto que não comportam esse volume excessivo de água, para qual não foram projetadas. Assim, as reservas para o verão se reduzem, o que afeta o abastecimento de plantações, irrigações, e até para o dia-a-dia da população.
- Em relação ao acúmulo de água e enchentes, isso gera uma questão de infraestrutura. Onde criar novos reservatórios para contenção de água? Estocar água em locais subterrâneos, pode causar problemas de bombeamento e qualidade de água também.
- Ainda mais, em relação à infraestrutura, as mudanças climáticas impactam sistemas energéticos. É preciso, por exemplo, aumentar potenciais de irrigação e bombeamento de água ou climatização de ambientes, usando mais energia e necessitando de maior investimento em infraestrutura.
Concluindo…
As consequências das alterações climáticas e do aquecimento global já são perceptíveis. Basta olhar ao nosso redor, à paisagem que nos rodeia e aos aumentos anuais de temperaturas e desastres (enchentes, tempestades, fogos…).
A velocidade com que isso está acontecendo desafia a natureza e o ser humano, sendo de primeira necessidade buscar minimizar os efeitos e, enquanto isso, também reduzir de forma drástica o impacto que temos causado no nosso Planeta.
Essa postagem foi baseada na matéria da Union Concerned Scientists.
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